Lamborghini LM002 - o super jipe




Ferruccio Lamborghini, um industrial italiano muito bem-sucedido, construía tractores agrícolas até que passou a fabricar automóveis desportivos bonitos, rápidos e originais. No final dos anos 70, porém, ele terminava o projeto LM001, de um superjipe de dimensões avantajadas e motor traseiro de oito cilindros em V. Apresentado em 1981 com o nome Cheetah, o protótipo tinha versões civil e militar, mas a estabilidade e a dirigibilidade eram desastrosas. Não foi adiante.O projeto foi então revisto até que, em janeiro de 1986, era lançado o LM002. O jipão tinha quatro portas, 4,95 metros de comprimento, 2,04 de largura e 1,85 de altura, tamanho respeitável. Tudo isso apoiado num chassi tubular. Pesava quase três toneladas, e ainda assim atingia quase 200 km/h e acelerava de 0 a 100 km/h em 10,2 s. Mas não tinha nenhuma pretensão desportiva, já que não era muito fácil dirigi-lo por causa das dimensões generosas.
Seu público-alvo eram sheiks, emires e magnatas do petróleo, para passear no deserto e ir a caçadas. Aquele era seu terreno favorito. Um carro para rodar onde houvesse espaço de sobra. As linhas eram parrudas, bem retas, e impunham respeito. Os guarda-lamas altos e largos abrigavam pneus pesados Pirelli Scorpion na medida 325/65 VR 17. Sobre o capôt havia dois ressaltos que lhe conferiam um ar ainda mais agressivo. Atrás, um bagageiro especial para a acomodação de fuzis!Esse fora-de-estrada bateu recordes numa época em que Mercedes, BMW ou Porsche sequer imaginavam produzir um utilitário-desportivo. O motor, agora dianteiro, era o mesmo do super-desportivo Countach: de alumínio, com 12 cilindros em V, 5.167 cm3 e 48 válvulas, o que era um recorde para um carro com tração nas quatro rodas, ainda que não-permanente.
Desenvolvia 455 cv a 6.800 rpm.
Era alimentado por seis carburadores de corpo duplo Weber, que tinham um apetite voraz. O consumo era proporcional à potência e ao tamanho: variava de 2 a 4,5 km/l dependendo do peso do pé mas os dois tanques comportavam 290 litros, outro recorde. Os travões dianteiros usavam discos ventilados, mas os traseiros eram a tambor. Em alta velocidade era difícil segurá-lo nas travagens mais intensas. A suspensão, independente, contava com molas helicoidais e amortecedores Wayssauto de uso militar. Podia ser bem exigido sem problemas.
Por dentro havia couro de ótima qualidade em todos os assentos e forrações, além de madeira nobre no painel de intrumentos. Acomodava com conforto quatro passageiros, todos em posição bem elevada. A alavanca do sistema de tração oferecia os modos 4x4 com diferencial central actuando, 4x4 com diferencial central bloqueado ou 4x2, em que ocorria a desativação da tração dianteira. Ar-condicionado era de série.
Em 1987 um LM002 original participou da organização do Rali dos Faraós. O famoso piloto italiano Sandro Munari também participou com o modelo no Rali Off-Road da Grécia, mas não terminou devido a um defeito no marcador de combustível, a gasolina acabou... No mesmo ano a Chrysler comprava a Lamborghini, que com nova injeção de capital pôde continuar seus projectos de desenvolvimento.
Em 1988 participou do Paris-Dakar com dois carros que tiveram pouquíssimas modificações. Em relação ao modelo de série eram 400 kg mais magros, mas não obtiveram bons resultados. Seu único concorrente em todo o planeta era o Hummer norte-americano, fabricado até hoje. Foram construídos 300 exemplares até 1991, custando o equivalente a três BMW 745i ou 20% a menos que o Countach em 1990! Hoje o LM é raridade.

1 comentário:

  1. uma raridade...mas eu possuo um, em escala de 1:43! lol!
    um verdadeiro Lambo, tão agressivo quanto controverso, seria interessante, já que está na moda, uma interpretação desta modelo pelas mãos da VW.

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